Safra maior traz perspectiva positiva para o comércio exterior

Por Marcelo Loureiro do Canal O Globo, com o sócio-diretor da MacroSector, Fabio Silveira em 10/01/2017
 
Em tempos de crise, a produção agrícola aparece como um alento. A previsão de crescimento de 15,3% na safra de grãos em 2017 é uma das boas notícias para a economia no ano. Embora a agricultura tenha um impacto reduzido no cálculo do PIB, o agronegócio movimenta outros setores da economia e deve garantir a entrada de dinheiro externo no país.
A consultoria MacroSector estima que o valor da produção de todas as lavouras vai saltar 11% em 2017, em reais. Entre as culturas mais relevantes, o milho terá expansão de 27%, para R$ 55,7 bi; a previsão para a soja é de alta de 7%, para R$ 130,4 bi. Sócio-diretor da consultoria, Fabio Silveira explica que esse crescimento embala uma cadeia diversificada. Milho, por exemplo, é usado para alimentar frangos e porcos. A cana de açúcar vira etanol e açúcar. A produção maior demanda mais serviços, por exemplo, de transportes. Essas conexões formam o agronegócio, que movimenta algo como 23% do PIB.
— A agricultura é estratégica para qualquer país, embora não gere tantos empregos como a indústria ou os serviços. O setor tem uma enorme geração de receitas em outras moedas. Isso defende o país das turbulências externas. A função é especialmente relevante neste momento. A indústria brasileira tem graves problemas de competitividade e o mundo passa por um período de incertezas com a mudança de governo nos EUA — diz Silveira.
Dos 10 produtos mais exportados pelo Brasil no ano passado, sete eram agrícolas. No topo da lista estava a soja, com embarques de US$ 19,3 bi, o equivalente a 10% de tudo o que o país vendeu ao exterior no ano. Em quarto veio a cana de açúcar (US$ 8,2 bi), seguida pela carne de frango (US$ 5,9 bi).
Veja no gráfico da MacroSector a evolução das safras de diferentes produtos nos últimos anos, em volume e em valores.

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